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Cadastro de Recuperação da Mata Ciliar

Santa Catarina, 29 de Novembro de 2024

Faça a sua parte

      Chegamos em uma encruzilhada e não podemos seguir adiante sem escolhermos a direção, temos dois caminhos e precisamos escolher, já! Podemos escolher o caminho que já estamos e finalizarmos com o estoque de recursos naturais que ainda nos resta, agindo da mesma forma inconseqüente que agimos há décadas, destruindo, desmatando e poluindo exageradamente, ou mudamos nossa conduta e pegamos o outro caminho, com certeza o mais difícil, o caminho da consciência, da humanidade, da compreensão, procurando diminuir o consumo, a poluição, poupando o pouco que nos resta da natureza.

 

      O futuro dos nossos filhos e netos depende de decisões que devemos tomar já. Não basta deixar uma grande casa, um patrimônio invejável, se no futuro eles não tiverem oxigênio para respirarem ou água para beber... Não basta deixar um diploma universitário se não dermos educação, se não ensinarmos a eles o respeito pela vida, pela natureza, pelos outros seres humanos que os rodeiam... Não basta ser doutor, é preciso ser humano e responsável, e isso não tem dinheiro que compre nem universidade que ensine. Educação vem de berço. Se uma criança joga lixo no chão é porque ela viu seus pais fazerem o mesmo. Que tal irmos a uma escola depois do recreio para ver o que nossos filhos estão fazendo com o guardanapo...  Provavelmente diremos que foi o filho do outro, ou que a culpa é da escola. Temos mesmo essa mania de culpar os outros, sempre a culpa é do outro, do prefeito, do governador, do vizinho, do fulano ou do beltrano, nossa culpa? NUNCA! Se ninguém tivesse culpa não haveria degradação... Se todo mundo fizesse a sua parte, por menor que fosse, não haveria poluição...

 

      Tenho a mania de observar as pessoas e tenho visto pessoas importantes da nossa cidade jogando lixo da janela de seus carros, tenho visto pessoas humildes jogando o que tem na mão, no chão... Uma vez observei, estupefata, um certo senhor que jogou o seu lixo no chão, e logo na sua frente havia uma lixeira...

 

      Não é só o lixo, dei um exemplo apenas... é a forma como usamos nossa água e desperdiçamo-na por acharmos que temos água em excesso... É o famoso comportamento do “eu pago eu gasto quanto quiser” que mostra o mais puro egoísmo do ser humano. Sem falar que aqui no Brasil ninguém paga pela água, nós pagamos pelo transporte e tratamento dessa água, pagamos para que ela chegue até as nossas casas, mas não pagamos por litro usado. Na Europa, além do tratamento e transporte as pessoas pagam por litro de água. Nós estamos desperdiçando e poluindo tanto nossas águas, que no futuro também teremos de pagar por ela. E aquele que polui diretamente, esse terá que pagar em dobro. Temos muitos exemplos na Bacia do Rio Tijucas de empresas ao longo do rio que captam água limpa à jusante e despejam água poluída à montante, ou seja, trocando em miúdos, elas captam a água limpinha antes da empresa e joga essa água depois, azar de quem precisar da água depois...

 

      Estamos juntos nessa viagem, no mesmo Planeta, no mesmo imenso e lindo país, na mesma Bela e Santa Catarina, no mesmo município.  Dividimos sonhos, compartilhamos sonhos e temos orgulho das nossas belezas, das nossas praias, dos vales e cachoeiras. Mas será que teremos do que nos orgulhar daqui há alguns anos? Ou será que nos restará apenas a vergonha da degradação, do lixo e da má qualidade das nossas águas... 

 

      Mas com certeza teremos a quem culpar!

 

 

      O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas está realizando o diagnóstico da Bacia do Rio Tijucas e de todos os municípios envolvidos (Tijucas, São João Batista, Nova Trento, Canelinha, Angelina, Major Gercino, Rancho Queimado, Leoberto Leal, Itapema, Porto Belo, Bombinhas, Biguaçú e Governador Celso Ramos). Com os dados levantados e a análise dos mesmos poderemos detectar os principais problemas de cada município e propor soluções, para as quais serão elaborados projetos pontuais.

 

Equipe técnica do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas: Janaina S. Maia Santos, Bárbara Meurer e Zenir Atanázio.